segunda-feira, 4 de maio de 2015

Trancosã



Trancosã - Romance

trancosaTrancosã, aglomerado na margem direita do Rio Torto, foi glosada no romance: Trancosã, Palimage Editores, de Luís Manuel de Sousa Peixeira. Ali se relatam vidas de um quotidiano rural, entre 1959 e 1980, com incidências no plano da emigração para as terras do Brasil, de França e das grandes cidades do Litoral Português e ainda com destaque para episódios da Guerra Colonial em Angola. Tudo em torno da problemática da mulher. Bem se poderia dizer que se trata de um documento pertinente na abordagem das questões relacionadas com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez e da regionalização.
O ponto de referência de Trancosã é a capela de Nossa Senhora da Piedade, construída toda em xisto, sobre um chão térreo de lousa. Trata-se de um povoamento assente numa economia de sobrevivência cujo sustento advinha das serras semeadas de centeio e das pequenas hortas e olgas à beira do Rio Torto e do pequeino arroio. Olivais, vinhas, amendoais e a diversidas de árvores de fruto, arbustos e plantas compunham a dieta dos íncolas que em 1970 rodava a vintena. O Santuário está envolto numa lenda cuja imagética ali surgiu misteriosamente e sempre que a traspotassem ali voltava, através de ignotos e mesteriosos meios... A Palimage Editores editou um romance cuja acção decorre, em parte, nesse espaço singular e mítico, da autoria de Luís Manuel de Sousa Peixeira. A narrativa estende-se ainda a diferentes pontos migratórios, para onde fugiam os trancosanos, nomeadamente Brasil, França e grandes centros urbanos nacionais, para além de aspectos relacionados com a Guerra Colonial em Angola. Porém, nessa obra são realçados momentos inerêntes à vida amorosa e quotidiana em particular da mulher: mãe, lutadora e vítima da misogenia colectiva.