quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Mozinhos - Sefarad: Investigadores de a brincar com coisas sérias...


Actual - 2017


 1992

Nesta casa viveu o último morador:  
Isaías  Augusto Macena, solteiro, tendo emigrado e regressado de Angola, (falecido,1956), filho de José Joaquim Macena e de Maria dos Anjos da Costa Peixeira, neto de Manuel António da Costa Peixeira e de Leonor do Nascimento; bisneto de Alexandre José e de Maria José (Mozinhos), Francisco António da Costa e de Luísa Inácia Peixeira (Souto); trineto de  Manuel Gregório e de Bárbara Maria (Mozinhos) - a casa foi construída em 1862... pela análise dos respectivos cadastros, nunca a casota terá pertencido a outras famílias - nada de judiarias, nem resquícios... Aliás nos Mozinhos, eventualmente, lugar do antigo mosteirinho "monaquinhos", não aponta para a influência judaica, sem qualquer juízo de valor , até porque foram terras do couto de Marialva.

Mozinhos: 24-06-1852, baptizou-se António Joaquim, filho de Manuel António da Costa e de Leonor do Nascimento, dos Mozinhos; neto paterno de Francisco António da Costa e de Luísa Inácia; neto materno de Alexandre José e de Maria José, dos Mozinhos; foram padrinhos Manuel António “de Alexandre?” e a avó da baptizada, Maria José; testemunharam Joaquim Gonçalves e Manuel António Martins, do Souto.


Mozinhos: 18-03-1887(Reg.13). Baptizaram Faustino, filho de José Joaquim Macena e de Maria dos Anjos. “Aos dezoito dias do mez de Março do anno mil oito centos oitenta e sete nesta egreja parochial de São Pedro do Souto, concelho de Penedono, diocese de Lamego baptizei solenemente um indivíduo do sexo masculino, a quem dei o nome de Faustino e que nasceu nesta freguesia pelas oito horas da manhã do dia dezoito do mez de Fevereiro do corrente anno; filho legítimo /e primeiro do nome/ de José Joaquim Macena e Maria dos Anjos, jornaleiros, naturaes, elle da freguesia de Costoias, concelho de Volla Nova de Foz Coa, deste bispado e ella desta freguesia, aqui recebidos e parochianos, moradores na povoação dos Mozinhos: nepto paterno de João Damasceno e Maria de Jesus e materno de Manuel António da Costa Peixeira e Leonor do Nascimento. Foram padrinhos Manuel António Macena e sua irmã Claudina de Jesus, solteiros, jornaleiros da supra citada freguesia de Costoias, os quaes sei, por informação, serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos só eu assigno, em razão d´elles não saberem escrever. Era ut supra. O Abb. Ignacio d´Almeida.

Mozinhos: 16-06-1890(Reg.14). Baptizaram José, filho de José Joaquim Macena e de Maria dos Anjos da Costa Peixeira. “Aos desasseis dias do mez de Junho do anno de mil oito centos e noventa nesta egreja parochial de São Pedro do Souto, concelho de Penedono, diocese de Lamego baptisei solenemente um indivíduo do sexo masculino, a quem dei o nome de José e que nasceu nesta freguesia pelas dez horas da manhã do dia trez do corrente mez e anno; filho ligítimo /e primeiro do nome/ de José Joaquim e Maria dos Anjos, jornaleiros, naturaes, elle da freguesia de Custoias, concelho de Villa Nova de Foz Côa, e ella desta freguesia, recebidos na dita freguesia de Costoias e parochianos desta freguesia, moradores na povoação dos Mosinhos: nepto paterno de João Damaceno e Maria de Jesus e materno de Manuel António da Costa e Leonor do Nascimento. Foram padrinhos Manuel António e sua mulher Adelaide Neves, jornaleiros da supra dita freguesia de Costoias, os quaes sei por informação serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos só eu assigno, em razão d´elles não saberem escrever. Era ut supra. O abb. Ingacio d´Almeida”.

Mozinhos: 10-09-1876 (Reg.21). Baptizou-se Ermelinda, filha de José Joaquim Macena e de Maria dos Anjos Peixeira.”Aos dez dias do mês de Setembro do anno de mil oitocentos e setenta e seis, n´esta igreja parochial de S. Pedro do Souto, concelho de Penedono, bispado de Lamego, baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino, a quem dei o nome de Ermelinda, nascida nos Mosinhos, logar d´esta freguesia, no dia vinte e nove d´Agosto, do corrente anno, pelas quatro horas da tarde; filha legítima de José Joaquim e Maria dos Anjos, naturaes elle de Custoias, concelho de Villa Nova de Fozcôa, bispado de Lamego, e ella d´esta minha freguesia onde são moradores, jornaleiros: neta paterna de João Damasceno e Maria de Jesus; materna de Manuel António Peixeira e Leonor do Nascimento. Foram padrinhos Manuel António Peixeira e Leonor do Nascimento, proprietários, avós maternos da baptizada. E para constar lavrei em duplicado este assento que eu só assigno em razão dos padrinhos não saberem escrever. Erat ut supra. O Abb= Luís Clemente de Sequeira.”






 1992









2017







Nesta casa nasceram e viveram os abaixo transcritos; faleceu, já no século XX, Teresa de Jesus Costa, natural de Bebeses, filha de Joaquim António Costa e de Josefa Maria, mulher de Francisco Manuel Aguiar (que até foi vogal da Paroquia do Souto); pela consulta dos respectivos cadastros, esta casa sempre foi pertença dos ascendentes de Luís Manuel de Sousa Peixeira, não se sabe quem construiu cuja família ali residiu, pelo menos a partir de meados do século XVI, provavelmente, primeiros moradores: foram, então 2 habitações, de um lado da família Matias, do outro, dos Aguiar (Aguiar que baptizaram filhos cujos padrinhos foram sacerdotes, foram zeladores da Capela de Santa Bárbara, na qual efectuaram obras de restauro (Joaquim António Aguiar/Maria da Assunção Corrêa) e, também detentores da Capela de São Francisco, ruína no monte do mesmo nome e a restante estatueta em Bebeses: traços de judaísmo? Como? onde?

Mozinhos:10-06-1788, baptizaram Francisco José Aguiar, filho de Pedro Aguiar e de Ana Maria. “Em os dez dias de Junho do anno de mil setecentos oitenta e oito baptizei solenemente Francisco José filho legítimo de Pedro d´Aguiar natural de Arriolla e sua mulher Anna Maria natural da quinta dos Mozinhos desta Paroquia fica sendo nepto paterno de Joam Rodrigues da Cruz e de sua mulher Eufemia de Aguiar natuares de Arriolla; e materno de Manoel Jorge e de sua primeira mulher Anna Ribeiro natuares da dita quinta dos Mozinhos; forao padrinhos Manoel de Seixas e sua mãe Anna Fernandes da villa do Soito. O Encomendado João Carlos Fonseca Lopes Ferreira.”


Mozinhos: 19-01-1815: baptizou-se José Bento, filho de Francisco António, natural de Freixo de Numão e de sua mulher Ana Joaquina, natural dos Mozinhos; neto paterno de Pedro Aguiar e de Ana Maria, moradores nos Mozinhos; neto materno de Joaquim José e de Bárbara Maria, naturais de Freixo de Numão: Foram padrinhos José Bento e sua mulher, ambos dos Mozinhos.
Mozinhos: 07-06-1817, baptizou-se  Joaquim, filho de Francisco António e de Ana Joaquina, aquele de Freixo de Numão e ela, dos Mozinhos; neto paterno de Joaquim Rodrigues e de Bárbara Maria, de Freixo de Numão; neto materno de Pedro Aguiar e de, sua mulher, Ana Maria, da quinta de Arcas.

Mozinhos: 05-08-1843, baptizou-se Francisco, filho de João António Freixo, dos Mozinhos; neto paterno de Francisco, de Freixo de Numão, e de Maria, dos Mozinhos; neto materno de Manuel Bernardo e de Luísa de Aguiar, dos Mozinhos (neste registo está repetido também como avós maternos José Miguel e Maria da Conceiçam, do dito lugar dos Mozinhos e não foram referidos padrinhos, nem testemunhas e foi assinado por Abb. Manoel de Figueiredo).


Mozinhos: 03-03-1849, “ Aos três dias do mês de Março de mil oito centos e quarenta e nove, nesta Parochial Igreja de Sam Pedro do Soito, de licença do R. Parocho bapti-zei solemnenemente e pus os santos oleus a Manoel de Jesus, filho legitimo de Joaquim Freixo, e de sua molher Maria da Conceição do lugar dos Mozinhos desta Freguesia, Nepto Paterno de Francisco Freixo, e de sua molher Anna de Aguiar do dito lugar, e materno de António Correia, e de Maria da ReSurreição do lugar de Bubezes da Freguesia de Santa Margarida da Povoa, foi Padrinho o R. Padre José de Figueiredo desta Freguesia do Souto, e Testemunhas o R. Padre Manoel da N. Senhora do Carmo, e Claudio da Silva de Lima da Freguesia de Penedono, e para constar fiz este termo que aSinei, dia, mês, era, ut supra” (Padre José Lopes; Padre Manoel de N. Sª do Carmo; Claudio da Silva de Lima).



Mozinhos: 29-11-1888(Reg.36). Baptizaram  Ana, filha de Matias Trindade e de Maria da Assunção. “Aos vinte e nove dias do mez de Novembro do anno mil oito centos oitenta e oito nesta egreja parochial de São Pedro do souto, concelho de Penedono, diocese de Lamego baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino, a quem dei o nome d`Anna, e que nasceu nesta freguesia pelas duas horas da tarde do dia vinte e quatro do corrente mez e anno; filha ligítima /e primeira do nome/ de Mattias Trindade, alfaiate, e Maria d´Assumpção, governante de sua casa, naturaes desta freguesia, aqui recebidos e parochianos, moradores na povoação dos Mosinhos: nepta paterna de João António e Maria Theresa e materna de José Ramos da Costa e Umbelina de Jesus. Foram padrinhos os avós maternos, José Ramos da Costa e Umbelina de Jesus, jornaleiros desta freguesia, os quaes sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos só eu assigno em razão d´elles não saberem escrever. Era ut supera. O Abb. Ignacio d´Almeida”.

Mozinhos: 18-02-1887(Reg.7). Baptizaram Maximina, filha de Matias Trindade e de Maria da Assunção. “Aos dezoito dias do mez de Fevereiro do anno mil oito centos oitenta e sete nesta egreja parochial de São Pedro do Souto, concelho de Penedono, diocese de Lamego baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino, a quem dei o nome de Maximina e que nasceu nesta freguesia pelas onze horas da noito do dia cinco do corrente mez e anno; filho legítimo /e primeira do nome/ de Mattias da Trindade e Maria d´Assunção, naturaes desta freguesia, aqui recebidos e parochianos, moradores da povoação dos Mosinhos: nepta paterna de João António e Maria Theresa e materna de José Ramos da Costa e Umbelina de Jesus, o pai é alfaiate e a mãe governante da sua casa. Foram padrinhos os avós maternos José Ramos da Costa e Umbelina de Jesus, os quaes sei serem os próprios. E para constar lavrei este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos só eu assigno só eu assigno, em razão d´elles não saberem escrever. Era ut supra. O Abb. Ignacio d´Almeida.
Mozinhos: 16-11-1886(Reg.41). Baptizaram  Filomena Aguiar, filha de Francisco Manuel Aguiar e de Teresa de Jesus. “Aos dezasseis dias do mez de Novembro do anno mil oito centos oitenta e seis nesta egreja parochial de São Pedro do Souto, concelho de Penedono, diocese de Lamego o Reverendo António Joaquim Paixão d´Andrade, residente nesta freguesia baptizou solenemente, com autorização minha, um indivíduo do sexo feminino, a quem deu o nome de Philomena e que nasceu nesta freguesia pelas dez horas da noite do dia treze do corrente mez e anno; filha legítima /e primeira do nome/ de Francisco Manuel d´Aguiar e Theresa de Jesus, proprietários, naturaes, elle desta freguesia e ella da freguesia da Póvoa, deste concelho e Bispado, ali recebidos e parochianos desta freguesia, moradores na povoação dos Mosinhos: nepta paterna de Joaquim António d´Aguiar e Maria d´Assunção e materna de Joaquim António da Costa e Josefa Maria. Fui eu o padrinho e foi madrinha Philomena Adelaide do Carmo Almeida, solteira, costureira, residente nesta freguesia. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante a madrinha, com ella assigno. Era ut supra. A Madª Philomena Adelaide do C. Almeida/ O Abb. Ignacio d´Almeida.
Mozinhos: 19-08-1872, às 9 horas da noite (23h), faleceu João António, de 75 anos, casado com Maria Teresa, proprietário, natural e morador nos Mozinhos, filho de Francisco Freixo e de sua mulher Ana Maria de Aguiar, já defunta, aquele natural de Freixo e esta dos Mozinhos, deixou filhos. Paraco António Manuel Fonseca Martinho.
Mozinhos: 21-02-1880, faleceu  Manuel António da Costa Peixeira, às 9 horas da manhã, lavrador, morador nos Mozinhos, natural da freguesia, casado com Luísa Mar-garida, tinha 56 anos, era filho de Francisco Manuel da Costa, lavrador, da freguesia, e de Luísa Maria Peixeira, do Souto, deixou 2 filhos. Páraco Encomendado Francisco Manuel da Costa.
Mozinhos: 01-03-1880, às 10 horas da manhã, faleceu  Maria da Assunção, de 70 anos, casada com Joaquim António de Aguiar, tecedeira, natural de Bebeses, filha de António José Correia, proprietário, e de Maria do Espírito Santo, governanta da sua casa, naturais de Bebese, deixou 2 filhos.

Filomena Aguiar, primeira morada, depois de casada com José Joaquim de Sousa (da Póvoa, 1919), ali teve 2 filhos, Manuel de Jesus Sousa (na foto) e Maria da Assunção Sousa.




Na confluência do Rio Bom, que outrora poderia ter outro nome, com o Rio Torto ficou situado um povoado designado Mozinhos. O étimo deste topónimo, antiquíssimo, está no latim: monachinos (de monachu: monge), talvez directamente, pois não se pode provar que tenha existido um termo como Mouzinho ou mozinho do nosso léxico arcaico ou proto-histórico, pelo que o significado do topónimo é monástico, ou seja, alusivo a um pequeno mosteiro que terá existido neste local profundo e remoto e quase rodeado de águas. Terá sido o lugar, pelo seu ambiente natural, grato a eremitas de Santo Agostinho ou monges negros. Este terá sido o mosteirinho (atente-se no diminutivo) que com a ermida é referido no testamento de D. Châmoa. Aqui nos Mozinhos ainda existe uma ermida dedicada a Santa Bárbara. Registe-se, ainda uma afirmação de Alexandre Herculano, ilustre historiador, liberal e notável vulto da cultura portuguesa da segunda metade do século XIX, segundo o qual mozinho significava, ainda nos anos de 1850/80, acólito ou petiz ajudante nas homilias, ou seja, jovem sacristão. De facto, apesar da ausência documental, há vários indícios, porventura, demasiadas coincidências, no sentido de nos levar a acreditar que o actual lugar dos Mozinhos terá sido sítio de antigo mosteiro, ou, provavelmente, de pequeno mosteiro (mosteirinho). Até que ponto, eventualmente, na sequência de ruínas, não corresponderá esta capela ao sítio do mosteirinho. Todavia, esta capela de Santa Bárbara, efectivamente, será uma construção recente, eventualmente, do século XVII. Na madeira do forro, cromado, aludindo a lendas bíblicas, paraidiziacas, esteve inscrita a data e o encomendador da obra de reconstrução, obras ou melhoramentos. Por incúria dos moradores, das entidades eclesiásticas, autárquicas e governamentais, deixou-se que o seu telhado quase se desmoronasse, ao ponto das águas pluviais penetrarem nas tais tábuas policromadas, detriorando-as. A reconstrução, embora, generosamente, promovida por Alcides Dinis de Sousa, não terá tido os cuidados necessários de modos a preservar os ditos elementos identificativos. De qualquer modo, é comumente aceite, segundo relatos geracionais, que se trata de um culto man-dado erigir pela família Aguiar, de quem descende o autor, cuja ascendência conhece-mos, através dos registos paroquiais, pelo menos, até finais do século XVII. Alguns relatos sugerem que o promotor da edificação foi Joaquim António de Aguiar, casado com Maria da Assunção Correia, esta natural de Bebeses que faleceu em 1 de Março de 1880, com a idade de 70 anos, tecedeira, filha de António José Correia e de Maria do Espírito Santo. No entanto, descobrimos no arquivo diocesano de Lamego que a capela de Santa Bárbara já existia por volta de 1700. Joaquim António Aguiar, faleceu nos Mozinhos a 26-8-1881, aos 66 anos, era filho de Francisco António Rodrigues (natural de Freixo de Numão) e de Ana Joaquina Aguiar, dos Mozinhos, esta filha de Pedro Aguiar, de Ariola, (falecido a 21-1-1815) e de Ana Maria, filha de Manuel Jorge e de Ana Ribeiro, dos Mozinhos; Joaquim António Aguiar e Maria da Assunção Correia eram pais de Manuel de Jesus Aguiar e de Francisco Manuel Aguiar (baptizado em Outubro de 1852), este casado com Teresa de Jesus Costa, de Bebeses, aquele casado, em segundas núpcias com Maria das Candeias Costa, irmã de Teresa de Jesus Costa. Francisco Manuel Aguiar e Teresa de Jesus Costa eram pais de Filomena Aguiar, por sua vez, casada com José Joaquim de Sousa (ambos falecidos em Dezembro de 1973), da Póvoa; avós de Luísa de Jesus Sousa e, por último, bisavós do autor deste texto. Todavia, e apesar de todos os relatos apontarem para o facto da edificação se associar à família referida, bem como a guarda da capela ter estado largo tempo sob a responsabilidade das mulheres desses Aguiar, nomeadamente Teresa de Jesus, Filomena Aguiar e Maria da Assunção (filha de Filomena), a verdade é que o nome de Bárbara aparece, pelo menos cerca de 1800, associado a esta e noutra família distinta também dos Mozinhos, ou seja, Bárbara Maria, ascendente de Francisco António Rodrigues (Freixo de Numão), genro de Pedro Aguiar e, por outro lado, Maria Bárbara, mulher de Manuel Gregório, mãe de Maria José (falecida a 1-10-1862, com 77 anos) que casou com Alexandre José, mãe de Leonor do Nascimento, trisavós paternos do autor. Também no Rio Bom existiu uma Maria Bárbara, afilhada de Maria José, residente nos Mozinhos, em casa dos padrinhos, por morte do seu pai, Joaquim Grelo, afogado no Rio Bom (21-1-1862), aos 40 anos, e, por curiosidade também esta Maria Bárbara aparecera afogada (28-2-1866), aos 8 anos, mas no Rio Torto, no lugar do Chão Vermelho, também por casualidade hoje propriedade do autor.
Conquanto, na pequena vertente da encosta defronte dos Mozinhos, na outra margem do Rio Bom ou ribeira do Rio Bom, quase na sua foz com o Rio Torto, houve um pequeno santuário, ainda temos memória de ruínas xistosas e episódios lendários correlativos, dedicado a São Francisco de Assis. Mesmo, à data deste apontamento, podemos observar, ao cimo, os restos da pequena ermida dita de São Francisco (que eventualmente terá dado nome ao topónomo do lugar actual) e, ligeiramente, abaixo, os restos das paredes xistosas de uma casa pequena, que se diz, antiga habitação do zelador permanente pelo templo. A estatueta de São Francisco, granítica, foi, entretanto, levada para a localidade de Bebezes, freguesia da Póvoa de Penela, permanecendo, descuidadamente numa parede da antiga fonte pública e, posteriormente, abrigada numa moradia particular, no Bairro da Soalheira, da mesma povoação, mas já degolada. Aqui poder-se-á colocar a tese se, a ter existido aí um mosteirinho, poderia não ter sido dos monges negros segundo a regra beneditina, mas, antes, um mosteirinho franciscano, até por ser, porventura, mais tardio, poderia fazer sentido. Umas das lendas relacionadas com o santuário de São Francisco, narra um episódio segundo o qual a população tinha por costume fazer oferendas em louvor do santo, um determinado pastor fez a promessa de um bode. Perante a graça concedida, o pastor procedeu à oferenda, amarrando o animal à estatuária, no interior da dita capela, pelo que o bode, de tão forte, arrasou as paredes, arrastando a estátua, fugindo e, assim, se danificou, por quase completo, o que então restava do santuário. A estatueta pertencente à capela de São francisco foi, posteriormente levada para o lugar de Bebeses e aí colocada na fonte comunitária do dito lugar, como atrás referimos. Por outro lado, as melhores terras, agricultáveis à beira do Rio Bom e do Rio Torto terão sido couto, assim como os limites da quinta adstrita, a Risca. A partir das reformas fundiárias e administrativas da década de 1830, na sequência da revolução liberal de 1834, quer nos Mozinhos, quer na Trancosã os bens foram adquiridos por particulares. A este propósito, importa aqui relembrar a resposta ao inquérito do reino, na sequência do terramoto de 1775, ou seja, as memórias paroquiais, adiante transcritas. De facto, como se verifica, a produção de batata era desconhecida à entrada para a segunda metado do século XVIII nesta região o que tolhia drasticamente a dieta alimentar, provocando subnutrição generalizada de onde se destaca o elevadíssimo índice de mortalidade infantil, numa época de crescimento demográfico, nomeadamente em redor dos moinhos do Rio Bom, onde se moia o grão quase todo o ano e, assim, não se aproveitava a água para rega de produtos mais tarde essenciais como a batata, o feijão, tomate, entre outros. O linho era, então a produção cimeira das margens do Rio Bom, a par da actividade moageira, por isso se dá conta de tecedeiras, nomeadamente em Bebeses e nos Mozinhos.                                   
 Mobiliário da capelo mandado construir por Joaquim António Aguiar
 Capela Santa Bárbara
 Casas de família Aguiar (Freixo)



 Marcas nas rochas em frente ao monte São Francisco

Ruínas da capela de São Francisco