quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Mozinhos - Guerra Colonial

 8 de Outubro às 14:45

 
Moedas… valem o que vale e há muitas… mas tem dois lados… e da razão principal escondida da sua proposta… é de criar um novo impulso à direita pelo feriado em 25 de novembro e das suas comemorações!
- A intenção é homenagear o herói do 25 de novembro em Portugal
E do genocídio feito pelas tropas portuguesas em Wiriyamu - Moçambique a 19 de dezembro de 1972!
A Guerra Colonial
Em 1953, Jaime Neves entrou para a escola do exército e realizou uma comissão de serviço no antigo Estado Português da Índia entre os anos de 1958 a 1960.
Em finais de 1960, a União Indiana, já independente da Inglaterra... desde 1947, declarou guerra Portugal e afundou o navio de guerra português Afonso de Albuquerque e invadiu as antigas possessões portuguesas de Goa, Damão e Diu, integrando-as na Índia... de que faziam parte.
Entretanto com a expulsão de Portugal da Índia, Jaime Neves foi destacado para África, onde cumpriu quatro missões: duas em Angola e duas em Moçambique. Tirou o Curso de Comandos no Centro de Instrução de Comandos de Luanda. E em 1965 dirige a 2.ª Companhia de Comandos, inicialmente no norte de Angola e posteriormente em Moçambique.
Em plena Guerra Colonial 1971, Jaime Neves assume a direcção do Batalhão de Comandos de Montepuez, que reúne todas as Companhias de Comandos portugueses em Moçambique, tornando-se responsável máximo por dois mil e quinhentos soldados, que dirige por rádio e na frente de combate através de helicóptero. É nesse contexto que as tropas de Jaime Neves executam o bárbaro e sanguinário Massacre de Wiriyamu, denunciado na época nas Nações Unidas e na imprensa internacional, dando conta de que os comandos portugueses às suas ordens assassinaram indiscriminadamente pelo menos 380 civis de todas as idades, violaram mulheres e degolaram crianças. Homens, mulheres e crianças foram comprovadamente queimadas vivas.
“O músico José Afonso na sua canção - O País Vai de Carrinho também conhecida como - Os Meninos Nazis, do disco - Como se Fora Seu Filho de 1983, refere o nome de Jaime Neves quando faz referência aos crimes de guerra cometidos pelo exército português na Guerra Colonial, nomeadamente em Wiriyamu, Mocumbura e Marracuene.”
Já depois do 25 de abril, Jaime Neves irá a Moçambique, pela última vez, com a missão de impor a rendição de duas Companhias de Comandos que, e… mesmo após a revolução e o fim da guerra, se negavam a terminar o combater e assassinar independentistas moçambicanos contra as ordens de Portugal depois de abril.
Jaime Neves colocou fim à insurreição destas duas companhias, a 20-43 e a 20-45, garantindo aos militares revoltosos envolvidos nos massacres, de que nenhum deles seria detido e julgado em Portugal, nem castigado pelos crimes cometidos em África… o que aconteceu, graças ao golpe do 25 de novembro!
O episódio sangrento aconteceu em 16 de dezembro de 1972, depois de dois capitães, comandantes de companhia, morrerem dentro de um jipe que pisou uma mina anti-carro. Pelo menos 385 pessoas foram assassinadas pela 6.ª Companhia de Comandos de Moçambique, sem contar os que morreram durante a "limpeza" do local, que ocorreu nos três dias seguintes ou devido aos interrogatórios que se seguiram. O massacre ocorreu no contexto da guerra pela independência de Moçambique, quando as forças portuguesas pretendiam acabar com a presença da FRELIMO perto da cidade de Tete e da Barragem de Cahora Bassa, que estava em construção — elementos da FRELIMO declararam que iriam impedir a sua construção.
As tropas dos comandos portugueses de Jaime Neves, dizimaram um terço dos 1350 habitantes de cinco povoações (Wiriyamu, Djemusse, Riachu, Juawu e Chaworha) integradas numa área chamada de "triângulo de Wiriyamu", afectando um total 216 famílias em quarenta povoações. A chamada Operação Marosca foi instigada pela PIDE, e guiada pelo agente Chico Kachavi, que foi assassinado mais tarde, enquanto o massacre era investigado. Os soldados foram instruídos por Kachavi de que "a ordem é para matar todos", sem se importar se havia civis, mulheres ou crianças.
Jaime Neves, foi o principal comandante das forças operacionais a partir dos comandos do golpe do 25 de novembro em 1975.
Quando foi promovido pela direita portuguesa a oficial-general, o capitão de abril, Vasco Lourenço e presidente da Associação 25 de abril disse.
“Como presidente da Associação 25 de Abril, em declarações ao Expresso, que "o curriculum militar de Jaime Neves não o justifica", considerando que a promoção só se entende se "quiserem refundir Abril, substituindo Salgueiro Maia por Jaime Neves. Estão a hostilizar e a ofender profundamente os militares de Abril e o próprio 25 de Abril", conclui.
No actual contexto do avanço do fascismo na Europa a ocidente, é uma ideia força de fazer avançar esse processo de fascização em curso também em Portugal, e que melhor data senão o 25 de novembro por oposição ao 25 de abril - Uma data fracturante da sociedade e dos militares e democratas… os justos do MFA, que libertaram o povo português em abril e fizeram as pazes com a África e… os africanos, limpando a imagem de Portugal… senão poderia ter havido um banho de sangue de vingança contra os portugueses naturais e residentes em África
- E... ser uma evidente intenção da recuperação dos valores do fascismo e do colonialismo português com marcas de violência e sangue dos crimes associados a Portugal, cometidos durante o fascismo e a guerra colonial, de triste memória!
António Jorge - editor
Porto e Luanda
Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto
Todas as reações:
Tu, Edmundo Reis, Serafim Cunha e 38 outras pessoas


sábado, 17 de junho de 2023

Mozinhos - Os Mitos

 



Os Mitos

 

O Ocidente procura impor-se no planeta sob o mito fantasmagórico da democracia – o paladino da verdade única, à laia da profecia da fé.

EUA (Estados Unidos da Améria do Norte/imigrantes europeus, colonizadores do território ameríndio) e a União Europeia/ organização política e económica da Europa Ocidental e Central, acenam com o estandarte do neoliberalismo económico e político, metaforicamente apelidado de democracia.

Ora, nada de novo no contexto da política continental, nomeadamente, após o advento do Império Romano do Ocidente.

Assim, os mitos históricos são uma forma de consciência fantasmagórica com que um povo define a sua posição e a sua vontade na História planetária.

O primeiro grande mito colectivo português, que aliás é um mito Ibérico, foi o da cruzada, fixado eloquentemente por Luís Vaz de Camões no poema nacional dos portugueses. Portugal era o paladino da fé católica e a expansão mundial da fé era a sua vocação própria, a razão de ser da sua História. Em relação especial com deus que o favorecia desde o seu nascimento. Portugal realizava um plano divino que culminaria na conversão do planeta.

Esse mito nasce na guerra santa que travavam entre si os mouros e os cristãos de todas as nacionalidades. Santiago, que aparecia nas batalhas sob a aparência de um cavaleiro resplandecente, foi inicialmente, para os povos espanhóis, o arauto da guerra santa (o ajudador) e já no século XII, pelo menos, a campanha dos príncipes católicos da Península Ibérica foi comparada pela igreja à guerra na Palestina.

Aqui, segundo o mesmo prisma, analisemos: a batalha de Ourique, o aparecimento da virgem em Fátima e a conversão da Rússia – comecemos por ler Camões, João de Barros (Décadas), Bandarra (profecia da conversão do mundo), Gil Vicente (Alferes da Fé) e por aí, a Demanda do Santo Graal, até o mito do magriço…