Cantiga de Amigo a D. Dinis
Ai Reino, ai nações de verde tino,
Se sabeis novas do vosso destino!
Ai Deus, como será?
Ai Reino, ai nações do verde voo,
Se sabeis novas do meu ardor!
Ai Deus, como será?
Se sabeis novas do vosso destino,
Aquele que mentiu e o pôs de mal comigo!
Ai Deus, como será?
Se sabeis novas do meu ardor,
Aquele que a mim atraiçoou!
Ai Deus, como será?
Aquele que mentiu e o pôs de mal comigo,
O bodo não repartiu contigo!
Ai Deus, como será?
Aquele que mentiu e pôs de mal contigo,
Da marmelada branca não conheceu o sabor!
Ai Deus, como será?
Cantiga de Maldizer a D. Isabel
Moçoila, cândida, foste-vos a Trancoso achar
De Castela, juvenil, a Portugal para casar
Mas que ligeireza o vosso salto no andar
Em que o destino vos conduzia
Vede pois o marido que foste desposar
Menina já de Castela saudades sentia
Esposo, homem feito, pareceu-vos trovador
Rei experimentado nos cânticos do amor
Poeta dos salmos de Santa Maria, com fervor
Apreciador de barrigas de freira em Odivelas
Causou-vos partos e muita dor
Doçuras, insónias, orando, incandescendo velas
Donzela, Rainha, o ventre não pôde esperar
O reino, precisava de sucessão para governar
O Rei era Deus na Terra e tinha que prosperar
A Rainha era Santa, sem acção do anjo Gabriel
Por obrigação tínheis com o Rei copular
Milagrosa Isabel, antes da marmelada, havia o mel
Luís Urgais (Luís de Sousa Peixeira)
Viseu, 14 de Junho, de 2011
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