Rio Bom – Mozinhos –
Rio Torto – Souto – Bebeses, de Penedono
“ (…) Manda-se aos tabeliães de
Trancoso que informem os juízes e oficiais dos concelhos de Marialva, Ranhados,
Numão, Pena de Dono, Lomgroiva e Moreira que não embarguem as portagens nem os
homens de Trancoso que delas tratam, sob pena de 500 soldos (…) ”.
Com esta transcrição, abrimos o exercício de perscrutação
cujas lucubrações nos levam a infinitos caminhos da História do nosso país,
região e dos reais traços da ocupação humana.
De facto, para o leitor, para o observador contemporâneo,
menos atento e familiarizado com o estudo do percurso histórico regional, se
aflorarmos, aqui, a deveras importância dos moinhos de água, porventura, desvalorizará
o facto, à luz do que hoje se apresenta, no panorama da vida corrente.
Claro que há referências a traços culturais, há hábitos e
costumes campesinos, concernentes ao ciclo do pão, nem que seja através de
trechos de autores dos séculos, nomeadamente, XIX e até meados do XX, há
registos fónicos e fotográficos, no entanto, aquilatar da importância de um
rodízio, de uma mó à beira de um curso de água, isso tornar-se-á mais
problemático. Por vários motivos, sobretudo porque a nossa dieta alimentar,
hoje, é muitíssimo mais diversificada, os nossos recursos financeiros são
outros e a tecnologia agroalimentar não se compadece de tais meios
rudimentares, aliás, mesmo antes da mudança alimentícia, por volta de
1930-1940, a introdução de novos instrumentos moageiros revolucionou o sector
cuja capacidade produtiva arredou o moinho de água para o domínio do obsoleto.
Assim, quero, pois, trazer à liça os lugares do Rio Bom e o
do Rio Torto, de margens pejadas de gente, em torno dos seus moinhos, até
praticamente 1970. Trata-se de localidades, entre as povoações de Bebeses,
Mozinhos, Póvoa, Souto, Ranhados, Cedovim e dos Pereiros e que aglutinavam a
população dos concelhos de São João da Pesqueira, Penedono, Mêda, Vila Nova de
Foz Côa e, como ilustramos, o de Trancoso, isto no respeitante ao superior
interesse de acesso aos engenhos que moíam o grão, transformando-o em farinha
para o forno do pão do qual dependiam todas as bocas.
Na confluência do Rio Bom, que outrora poderia ter outro
nome, com o Rio Torto ficou situado um povoado designado Mozinhos. O étimo
deste topónimo, antiquíssimo, está no latim: monachinos (de monachu: monge),
talvez directamente, pois não se pode provar que tenha existido um termo como
Mouzinho ou mozinho do nosso léxico arcaico ou proto-histórico, pelo que o
significado do topónimo é monástico, ou seja, alusivo a um pequeno mosteiro que
terá existido neste local profundo e remoto e quase rodeado de águas. Terá sido
o lugar, pelo seu ambiente natural, grato a eremitas de Santo Agostinho ou
monges negros. Este terá sido o mosteirinho (atente-se no diminutivo) que com a
ermida é referido no testamento de D. Châmoa. Aqui nos Mozinhos ainda existe
uma ermida dedicada a Santa Bárbara. Registe-se, ainda uma afirmação de
Alexandre Herculano, ilustre historiador, liberal e notável vulto da cultura
portuguesa da segunda metade do século XIX, segundo o qual mozinho significava,
ainda nos anos de 1850/80, acólito ou petiz ajudante nas homílias, ou seja,
jovem sacristão. De facto, apesar da ausência documental, há vários indícios,
porventura, demasiadas coincidências, no sentido de nos levar a acreditar que o
actual lugar dos Mozinhos terá sido sítio de antigo mosteiro, ou,
provavelmente, de pequeno mosteiro (mosteirinho). Até que ponto, eventualmente,
na sequência de ruínas, não corresponderá esta capela ao sítio do mosteirinho.
Todavia, esta capela de Santa Bárbara, efectivamente, será uma construção
recente, eventualmente, do século XVII. Na madeira do forro, pintado, aludindo
a lendas bíblicas, paradisíacas, esteve inscrita a data e o patrocinador da
remodelação, obras ou melhoramentos. Por incúria dos moradores, das entidades
eclesiásticas, autárquicas e governamentais, deixou-se que o seu telhado quase
se desmoronasse, ao ponto das águas pluviais penetrarem nas tais tábuas
policromadas, deteriorando-as. A nova reconstrução,
embora, generosamente, promovida por Alcides Dinis de Sousa, não terá tido os
cuidados necessários de modos a preservar os ditos elementos identificativos.
De qualquer modo, é comumente aceite, segundo relatos geracionais, que se trata
de um culto mandado erigir pela família Aguiar, de quem descende o autor, cuja
ascendência conhecemos, através dos registos paroquiais, pelo menos, a partir
dos finais do século XVII. Alguns relatos sugerem que o promotor da reedificação
foi Joaquim António de Aguiar, casado com Maria da Assunção Correia, esta
natural de Bebeses que faleceu em 1 de Março de 1880, com a idade de 70 anos,
tecedeira, filha de Francisco Manuel da Costa (já alfabetizado) e de Josefa
Maria. No entanto, descobrimos no arquivo diocesano de Lamego que a capela de
Santa Bárbara já existia por volta de 1700. Joaquim António Aguiar, faleceu nos
Mozinhos a 26-8-1881, aos 66 anos, era filho de Francisco António Rodrigues
(natural de Freixo de Numão) e de Ana Joaquina Aguiar, dos Mozinhos, esta filha
de Pedro Aguiar, de Ariola, (falecido a 21-1-1815) e de Ana Maria, filha de
Manuel Jorge e de Ana Ribeiro, dos Mozinhos; Joaquim António Aguiar e Maria da
Assunção Correia eram pais de Manuel de Jesus Aguiar e de Francisco Manuel
Aguiar (baptizado em Outubro de 1852), este casado com Teresa de Jesus Costa,
de Bebeses, aquele casado, em segundas núpcias, com Maria das Candeias Costa,
irmã de Teresa de Jesus Costa. Francisco Manuel Aguiar e Teresa de Jesus Costa
eram pais de Filomena Aguiar, por sua vez, casada com José Joaquim de Sousa
(ambos falecidos em Dezembro de 1973), da Póvoa; avós de Luísa de Jesus Sousa
e, por último, bisavós do autor deste texto. Todavia, e apesar de todos os
relatos apontarem para o facto da edificação se associar à família referida,
bem como a guarda da capela ter estado largo tempo sob a responsabilidade das
mulheres desses Aguiar, nomeadamente Teresa de Jesus, Filomena Aguiar e Maria
da Assunção (filha de Filomena), a verdade é que o nome de Bárbara aparece,
pelo menos cerca de 1800, associado a esta e noutra família distinta também dos
Mozinhos, ou seja, Bárbara Maria, ascendente de Francisco António Rodrigues
(Freixo de Numão), genro de Pedro Aguiar e, por outro lado, Maria Bárbara,
mulher de Manuel Gregório, mãe de Maria José (falecida a 1-10-1862, com 77
anos) que casou com Alexandre José, mãe de Leonor do Nascimento, trisavós
paternos do autor. Também no Rio Bom existiu uma Maria Bárbara, afilhada de
Maria José, residente nos Mozinhos, em casa dos padrinhos, por morte do seu
pai, Joaquim Grelo, afogado no Rio Bom (21-1-1862), aos 40 anos, e, por
curiosidade também esta Maria Bárbara aparecera afogada (28-2-1866), aos 8 anos,
mas no Rio Torto, no lugar do Chão Vermelho, também por casualidade hoje
propriedade do autor.
Conquanto, na pequena vertente da encosta defronte dos
Mozinhos, na outra margem do Rio Bom ou ribeira do Rio Bom, quase na sua foz
com o Rio Torto, houve um pequeno santuário, ainda temos memória de ruínas
xistosas e episódios lendários correlativos, dedicado a São Francisco de Assis.
Mesmo, à data deste apontamento, podemos observar, ao cimo, os restos da
pequena ermida dita de São Francisco (que eventualmente terá dado nome ao topónimo
do lugar actual) e, ligeiramente, abaixo, os restos das paredes xistosas de uma
casa pequena, que se diz, antiga habitação do zelador permanente pelo templo. A
estatueta de São Francisco, granítica, foi, entretanto, levada para a
localidade de Bebezes, freguesia da Póvoa de Penela, permanecendo,
descuidadamente numa parede da antiga fonte pública e, posteriormente, abrigada
numa moradia particular, no Bairro da Soalheira, da mesma povoação. Aqui
poder-se-á colocar a tese se, a ter existido aí um mosteirinho, poderia não ter
sido dos monges negros segundo a regra beneditina, mas, antes, um mosteirinho
franciscano, até por ser, porventura, mais tardio, poderia fazer sentido. Umas
das lendas relacionadas com o santuário de São Francisco, narra um episódio
segundo o qual a população tinha por costume fazer oferendas em louvor do
santo, um determinado pastor fez a promessa de um bode. Perante a graça
concedida, o pastor procedeu à oferenda, amarrando o animal à estatuária, no
interior da dita capela, pelo que o bode, de tão forte, arrasou as paredes,
arrastando a estátua, fugindo e, assim, se danificou, por quase completo, o que
então restava do santuário.
Por outro lado, as melhores terras, agricultáveis à beira do
Rio Bom e do Rio Torto terão sido couto, assim como os limites da quinta
adstrita, a Risca. A partir das reformas fundiárias e administrativas da década
de 1830, na sequência da revolução liberal de 1834, quer nos Mozinhos, quer na
Trancosã os bens foram adquiridos por particulares. A este propósito, importa
aqui relembrar a resposta ao inquérito do reino, na sequência do terramoto de
1775, ou seja, as memórias paroquiais, adiante transcritas. De facto, como se
verifica, a produção de batata era desconhecida à entrada para a segunda metade
do século XVIII nesta região o que tolhia drasticamente a dieta alimentar,
provocando subnutrição generalizada de onde se destaca o elevadíssimo índice de
mortalidade infantil, numa época de crescimento demográfico, nomeadamente em
redor dos moinhos do Rio Bom, onde se moía o grão quase todo o ano e, assim,
não se aproveitava a água para rega de produtos mais tarde essenciais como a
batata, o feijão, tomate, entre outros. O linho era, então a produção cimeira
das margens do Rio Bom, a par da actividade de moagem, por isso se dá conta de
tecedeiras, nomeadamente em Bebeses e nos Mozinhos.
Segundo Pinho Leal, o concelho de Souto já existia antes de
Afonso Henriques, independentemente do foral. À semelhança das regiões
similares de São João da Pesqueira, Paredes e de Penela. O concelho do Souto
virá do século XI.
Com efeito, nas inquirições e confirmações de 1258,
encontra-se: fórum faciunt regi villa de Souto: peitam a el-rei voz-e-coima por
seu foro, e vão na hoste e anúduva, e dão na colheita de el-rei, e dão ao
rico-homem também colheita, e dão a el-rei sua parada, e fazem-lhe outros foros
seus consoante se contém na carta de foral que tem pelo foro de S. João da
Pesqueira e de Paredes e de Penela e de Ansiães e de Linhares.
Perante a igualdade de circunstâncias e de expressões, essa
carta de foral poderá ser a mesma que, em igualdade, o rei Fernando Magno de Leão,
entre 1055 e 1065, concedera àquelas vilas da região das bacias do rio Douro, neste
caso a margem Sul em linha com Lamego, retaguarda estratégica dos campos de batalha
pela conquista e consolidação dos campos de Sátão, Viseu, Seia e Coimbra.
O padre D. Joaquim de Azevedo, historiador eclesiástico, do
século XVIII, diz desta vila e concelho: em um alto frio, com ladeira grande
para o rio Torto, (…) ficando do outro lado o pequeno povo da Trancosã que é
termo do Souto, é terra abundante de água e frio, mas sadia; teve hospital, de
que só a notícia existe; (…) tem capela de João Osório da Veiga Cabral; do
Espírito Santo, no lugar de Arcas; da Senhora da Lapa, entre a vila e Arcas;
Santa Bárbara, nos Mozinhos; Nossa Senhora da Piedade, na Trancosã; tem mais o
lugar da Risca, várias quintas e moinhos no rio Torto e no rio Bom (…); governa-se
por juiz ordinário, vereadores e oficiais da Câmara.
Souto ou Couto de Leomil, foi vila e sede de concelho até
1834.
A freguesia de Souto, uma vez extinto o concelho, passaria a
fazer parte do concelho de Penedono e é então designado Souto de Penedono, por
se situar contiguamente, a cinco quilómetros a Norte da sede concelhia ou para
se distinguir dos muitos soutos que proliferam no território nacional. De
facto, não haverá distrito em Portugal que, no âmbito da toponímia de povoações
adstritas, não tenha um qualquer lugar, freguesia ou concelho com essa
designação. A freguesia do Souto compreende os lugares de Arcas, Mozinhos, Rio
Bom, Rio Torto, Risca, Souto, Trancosã, Quinta do Beselgo, Quinta do Vale e
Borda do Souto.
Em 2010, viviam permanentemente três pessoas nos Mozinhos,
cinco na Quinta do Vale, e doze na Risca. Esporadicamente, permaneceriam quatro
ou seis na Trancosã, mais um ou três nos Mozinhos e dois a três na Risca. O Rio
Torto, o Rio Bom e Quinta do Beselgo perderam os seus habitantes, no caso do
Rio Bom desmoronaram-se por completo os moinhos e as respectivas habitações,
cortes, cortelhos e anexos. Ainda nas memórias paroquiais é clara a referência
a moinhos de água que moíam quase todo o ano, bem como a existência de um
regime de distribuição de água, segundo o qual havia períodos para os moleiros
moerem os cereais e os agricultores regarem os terrenos bordejantes, durante
épocas de seca (três dias para rega; três para os engenhos, assim,
sucessivamente). Numa das primeiras cartas militares publicadas do século XX
faz representar o relevo acidentado, pejado de ocupação humana onde se
destacam: Meladas, moinho da D´larosa, moinho Manuel Joaquim, moinho do
Gouveia, quinta do Beselgo e moinho do Freixo, este já próximo dos Mozinhos.
Se a fonte
arquivística nos traz algumas indicações relativas à capela de São Sebastião,
da Lapa e do Espirito Santo, já no que toca a Nossa Senhora da Piedade, Santa
Bárbara e a São Francisco, praticamente nada existe de substancial.
Assim,
tentaremos aqui deixar tudo que encontrámos de fontes coevas e memórias
colectivas, transmitidas de geração em geração.
No
entanto, para melhor se entender comecemos pois pelo necessário enquadramento
histórico. De facto, Souto de Penedono foi propriedade de Leomil como então era
descrito, Souto de Leomil para ser distinguido dos outros soutos, que abundavam
no território.
A vila e
couto de Leomil cuja jurisdição, D. João III confirmou a D. Guiomar, passou,
depois, para o senhorio dos marqueses de Marialva. Depois da morte de D. Guiomar
Coutinho, sem sucessão, e com a consequente extinção da casa de Marialva, em 9
de Dezembro de 1534, o padroado das igrejas transitou para a posse da coroa.
Foi, desse modo, em 1536, transferido para a Universidade de Coimbra.
A coroa
cedeu os direitos de padroado, nomeadamente da igreja de Penela da Beira,
Sendim, Paredes, Freixo de Numão, Antas e Penedono.
Em 1841
faziam parte da diocese de Lamego 240 paróquias, entre elas, 12 de São João da
Pesqueira, 10 da Meda e 8 de Penedono. O padroado de Souto de Penedono
manteve-se na casa de Marialva até à morte do último conde, passando então para
o infante D. Luís, por direito de herança do seu irmão.
Ainda
regressado a Leomil, salientemos, entre os notáveis, personagens no campo da
cultura, como o jesuíta António do Soveral, nascido em 1563, lecionou letras
humanas e retórica em Braga, em Coimbra e em Évora; Freire Dionísio dos Anjos,
filho de Luís Tavares e de Helena Ferreira, professou o instituto dos eremitas
de Santo Agostinho, lecionou ciência escolástica, em 1606 colaborou na corte,
em Lisboa.
No início
do século XVIII a capela do Desterro, em Penedono, tinha como administradores o
capitão Manuel Filipe e João Rodrigues de Matos, de Leomil, constituindo, entre
os seus encargos, o de dar pousada aos peregrinos.
Na capela
da Senhora do Carmo, Penedono, em Novembro de 1729, celebrou-se o casamento de
Miguel Carlos de Vasconcelos de Almacave (Lamego) com D. Antónia Teresa Pinto
Cabral, filha de José Cardoso Amaral, do Souto e residente em Penedono.
Teodósio
da Fonseca Coutinho, de Marialva, casou, em Penedono, com Maria Henriques
Aguiar que foram depois pais de Feliciana Maria Coutinho que casou com José de
Aguiar Donas Boto, do Vilarouco, em 1729.
Em 1750 a
paróquia de São Pedro de Penedono contava 50 fogos, 90 “pessoas de comunhão”,
28 de menor idade; Alcarva 50 vizinhos; prova 106; Ourozinho 70; Póvoa 100;
Antas 120; Beselga 130; Castainço 100; Granja 70; São Salvador 67 fogos, 185
“de sacramento” e 23 menores; Ferronhos 50 fogos, 120 adultos e 4 menores; Ado
Bispo 15 fogos, 30 adultos, 12 menores. O abade de São Salvador provia Granja e
Castainço; Beselga era do seminário de Lamego.
As
encomendas das paróquias eram feitas a mestres de fora, residentes,
temporariamente, no local de execução, a título de exemplo, citemos, em 1720,
em Penedono, os pedreiros: Domingos Afonso, oficial, natural de Sanfins,
Valença do Minho; Domingos Cunha, natural de Formariz, Paredes de Coura.
Carpinteiros: Sebastião Francisco, de Guimarães, trabalhava em Penedono, desde
24 de Setembro, de 1692. Ainda no decorrer do século XVII, há referências de
entalhadores residentes em Arcas.
Ora,
partindo do princípio de que a capela de Nossa Senhora da Piedade, da Trancosã,
e a capela de Santa Bárbara, dos Mozinhos, datam, no mínimo do século XVII,
será lícito deduzir que terão sido os mestres pedreiros, carpinteiros e
entalhadores responsáveis pelas obras, nomeadamente, a da capela da Trancosã,
magnifica talha dourada. Já no que se refere aos óleos pintados em tábuas de
carvalho, porventura poderão ter sido as famosas oficinas de Ferreirim cuja
proveniência datam dos tempos de Vasco Fernandes (Grão Vasco) cujo maneirismo
marcou decisivamente a região, como, sem dúvida, Freixo de Espada à Cinta,
conhecida como a vila mais manuelina de Portugal. Uma coisa é certa, a capela
de Nossa Senhora da Piedade apresenta um programa iconográfico singular na
região, muito em similitude com Lamego e, quiçá, a região do Oeste minhoto. Já
sabemos que a capela foi propriedade do morgado da Torre de Moncorvo, Francisco
António, o que nos garantirá a razão de tamanho investimento financeiro para a
época e, por outro lado, a existência, na Trancosã, de rendeiros originários de
Jales (entre Minho e Trás-os-Montes) e de Cambres (Lamego) provenientes de
terras do antigo couto de Leomil. Em 1814 faleceu Maria Brites, mulher do
respectivo ermitão, cargo que Manuel Aguiar desempenhava na capela de Nossa
Senhora da Piedade.
Em arquivo não descortinámos documentações que
nos auxilie acerca de intervenções nas citadas capelas, apenas sabemos que já
existiam em 1700, por descrição de pároco da diocese de Lamego, da descrição de
1758, em memórias paroquiais e uma alusão a gasto de 5000 reis no registo de
despesas da Junta da Paróquia do Souto, por iniciativa do então presidente,
Luís Augusto Sobral, da Risca (finais do século XIX). Em relação à capela de
Santa Bárbara, no Mozinhos, para além das atrás citadas referências de 1700 e
das memórias paroquiais, há, ainda a memória, atrás dita, da eventual
intervenção do casal Joaquim António Aguiar (Freixo) e Teresa de Jesus Costa.
De forma
sucinta, podemos adiantar, de memória, que a capela de Nossa Senhora da Piedade
apresentava um chão lajeado e paredes de xisto e passou a ostentar chão de
mosaico e paredes de granito (imagine-se num lugar de xisto), a estatuária
julgo ser, actualmente, réplica de originais (sabe-se lá onde terão ido parar),
os ex-votos parece que foram guardados e alguns dos magníficos óleos dos caixotões
e de quadros parietais também julgo serem réplicas. As portas e demais madeiras
deram lugar ao alumínio, resta a belíssima talha dourada e alguns quadros
originais.
Em
relação à capela de Santa Bárbara, da tal intervenção de Joaquim António Aguiar
não ficou praticamente nada: o tecto foi alteado, a madeira pintada do forro e
da parede do altar desapareceram, a ara do altar foi arrancada e substituída
por cimento, o soalho deu lugar a mosaico e o mobiliário apodreceu com a
voracidade do tempo, quando a preservação não é aplicada, e, como não poderia
deixar de ser, a madeira vetusta da porta desapareceu, agora uma insignificante
e triste portinha de alumínio dá para as vistas da Póvoa e de Valongo e, mais
perto, para a antiga capelinha de São Francisco que já nada deixa mirar. Entre
a capela de Santa Bárbara, no cume do monte, nos Mozinhos, e o cerro do monte
onde se situou a capelinha de São Francisco, de fronte, na meia encosta, da
margem direita da ribeira (rio Bom), intrigantes marcas cavadas nas fragas
esperam por alguém capaz de descodificar. São covinhas e traços perpetrados por
mão humana cuja datação e leitura não se apresenta ao nosso alcance.
Dado que
aqui queremos deixar testemunho de habitantes onde já ninguém reside citemos:
- O Processo Maria Lopes,
moleira, residente no Rio Torto, mulher de Gaspar Rodrigues, moleiro, filha de
Daniel Rodrigues e de Maria Lopes, moleiros.
-
Escritura de Compra e Venda – Rio Bom/ Souto – numa época de desvalorização do
Rio bom, enquanto local de moagem.
Escritura
de compra e venda com quitação e obrigação. Vendedor Ana Joaquina Félix, viúva,
proprietário do Rio Bom – Souto. Comprador. Francisco Augusto Paulo, casado,
jornaleiro, do Souto. “ (…)ano de mil novecentos e doze, aos quinze dias do mês
de Julho (…) Ana Joaquina Félix, viúva, proprietária, residente no lugar do Rio
Bom (…) Comprador Francisco António Paulo (…) prédio misto composto de dois
moinhos, casa de habitação, hortas e pinhal no lugar do Rio Bom que parte do
Nascente com terras baldias; do Norte com herdeiros de António Cristino; do
Poente com Rio bom com Lúcia Adelaide, que este prédio veio à sua posse a
título de meação de seu marido Francisco António machado (…) pelo preço e
quantia certa de setenta mil reis que já recebeu e da qual dá ao comprador
plena quitação (…)”
- Fotografias actuais
Recenseados eleitores e elegíveis do
concelho – Mozinhos, Rio Bom, Rio Torto, Risca, Trancosã (todos homens) - 1880
Nome
|
Estado Civil
|
Morada-actividade
|
Idade
|
António Joaquim Novais
|
Casado
|
Trancosã-lavrador
|
59
|
António Manuel Aguiar
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
64
|
António José de Bastos
|
Casado
|
Trancosã-lavrador
|
72
|
António de Aguiar
|
Casado
|
Mozinhos-jornaleiro
|
48
|
António da Costa Cristino
|
Casado
|
Rio Bom-moleiro
|
32
|
António do Nascimento Coto
|
Casado
|
Rio torto-moleiro
|
28
|
António Bernardo Peixeira
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
30
|
Bernardo António
|
Casado
|
Trancosã-lavrador
|
46
|
Camilo de Lelis
|
Viúvo
|
Rio Torto-moleiro
|
71
|
Francisco António de Sobral
|
Casado
|
Risca-Proprietário
|
62
|
Francisco de Paula Sobral
|
Solteiro
|
Risca-jornaleiro
|
39
|
Francisco Machado
|
Casado
|
Rio Bom-moleiro
|
43
|
Francisco António Fonseca
|
Solteiro
|
Rio torto-pedreiro
|
35
|
Francisco da Ismenia(?)
|
Casado
|
Trancosã-lavrador
|
24
|
Francisco Manuel Aguiar
|
Casado
|
Mozinhos-Proprietário
|
28
|
Gil Augusto
|
Casado
|
Risca-lavrador
|
54
|
João da Cruz
|
Casado
|
Mozinhos-alfaiate
|
54
|
João Vieira Apolinário
|
Casado
|
Rio Torto-moleiro
|
42
|
João Evangelista
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
38
|
João António de Aguiar
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
40
|
João Cabral
|
Solteiro
|
Risca-jornaleiro
|
32
|
Joaquim Maria da Fonseca
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador-soqueiro
|
28
|
José Fernandes
|
Casado
|
Trancosã-lavrador
|
55
|
José Ramos Peixeira
|
Casado
|
Mozinhos-pastor
|
48
|
José Joaquim Macieira
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
40
|
José Teixeira
|
Casado
|
Rio Torto-jornaleiro
|
35
|
José Grelo
|
Solteiro
|
Mozinhos-jornaleiro
|
35
|
José Santa Maria Ribeiro
|
Casado
|
Rio Torto-moleiro
|
37
|
José Joaquim Camilo
|
Casado
|
Rio Torto-moleiro
|
33
|
José António Lameiras
|
Casado
|
Rio Torto-moleiro
|
39
|
José da Engrácia
|
Casado
|
Trancosã-jornaleiro
|
26
|
José dos Santos
|
Casado
|
Rio Bom-moleiro
|
28
|
Luís Boavida
|
Casado
|
Trancosã-pastor
|
52
|
Manuel António do Alexandre
|
Casado
|
Mozinhos-lavrador
|
65
|
Manuel de Jesus Aguiar
|
Casado
|
Mozinhos-Proprietário
|
37
|
Matias da Trindade
|
Casado
|
Mozinhos-alfaiate
|
39
|
Manuel Descalço
|
Casado
|
Rio Bom-moleiro
|
41
|
Manuel Joaquim de Bastos
|
Viúvo
|
Mozinhos-lavrador
|
50
|
Manuel Cabral
|
Casado
|
Rio Torto-moleiro
|
40
|
[3]Relação dos moinhos accionados por água e a vapor existentes no concelho de
Penedono, 1938
Nome do Proprietário
|
Freguesia
|
Localização
|
Obs.
|
Afonso Marques
|
Antas
|
Antas
|
A Vapor
|
Basílio Augusto
|
Antas
|
Ponte Pedrinha
|
Hídrico
|
Diamantino da Trindade Ramos
|
Antas
|
Ponte Pedrinha
|
Hídrico
|
António Augusto Mateus
|
Beselga
|
Beselga
|
-
|
Maria de Jesus
|
Beselga
|
Beselga
|
-
|
José do Espírito Santo Vilaça
|
Castainço
|
Castainço
|
-
|
Gracinda de Jesus Constança
|
Castainço
|
Castainço
|
-
|
Manuel dos Santos Costa
|
Castainço
|
Castainço
|
-
|
Abel do Nascimento Sequeira
|
Ourozinho
|
Ourozinho
|
-
|
António Pereira Sequeira
|
Ourozinho
|
Ourozinho
|
-
|
José Maria Ribeiro
|
Ourozinho
|
“Dourada”
|
-
|
Ana do Carmo, viúva.
|
Penedono
|
Ado Bispo
|
-
|
José dos Santos Gomes
|
Penedono
|
Penedono
|
A Vapor
|
Tristão Augusto Abrunhosa
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Penela
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Penela
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Joaquim Simão
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Póvoa
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Ponte da Veiga/Ribeira
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Hídrico
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José António Freixo
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Póvoa
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Ponte da Veiga/Ribeira
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José Joaquim Filipe
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Póvoa
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Ponte da Veiga/Ribeira
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Manuel de Jesus Ribeiro
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Póvoa
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Ponte da Veiga/Ribeira
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Maria de Jesus Tomaz
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Póvoa
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Ponte da Veiga/Ribeira
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Abílio Mendes
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Souto
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Rio Torto
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“Viúva de Manuel Mendes”
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Souto
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Rio Torto
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Francisco António Freixo
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Souto
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Rio Bom
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João Manuel Grelo Marques
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Souto
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Rio Bom
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Manuel Joaquim Gomes
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Souto
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Rio Bom
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Alguns
Registos Paroquiais do Rio Bom e do Rio Torto
Rio Bom: (1710), baptizaram Maria, filha de
Pedro Rodrigues e de Ana Lourenço. “No mesmo dia e anno baptizei e pus os
santos óleos a Maria filha de Pedro Roiz e de sua mulher Anna L ço desta
freguesia e moradores em Rio Bom e do prº matrimonio foram padrinhos os
sobreditos Pde João de Proença e sua irmã Mariana e por ser verdade fiz este
assento q. asigney dia e anno supera. O Encomendado Paulo
Rebº Cardoso.”
Rio Bom:18-02-1787, baptizaram Maria Angélica
Fernandes, filha de Manuel Fernandes e de Angélica Maria. “Em os dezoito dias
do mez de Fevereiro do anno de mil sete centos e oitenta e sete:/com licença
minha/ o Padre António Alvez da Rocha baptzou à Maria Angelica filha legítima
de Manoel Fernandes da quinta dos Mozinhos e de sua mulher Angelica Maria
natural do Rio Bom, veio sendo nepta paterna de Manoel Fernandes e de sua
mulher Bernarda da Fonseca ambos naturaes dos Mozinhos e materna de Manoel Braz
e de sua mulher Umbelina da Costa ambos do Rio Bom; foram padrinhos José
Francisco e sua mulher Anna Maria da Trancosam todos os asima desta paroquia do
Soito de Penedono, de que fiz este assento que assigno com as testemunhas
abaixo. Paroco Encomendado João Carlos Fonseca Lopes; José Fernades; Joam
Antonio.”
Rio Bom: 25-08-1808, baptizou-se João, filho de António Francisco e de
sua mulher Maria Bernarda, natural do Rio Bom; neto paterno de Félix Francisco
e de sua mulher Maria da Conceição, do Rio Bom; neto materno de José António e
de sua mulher Teresa Maria, natural de Penela; padrinhos João Manoel de Morais
e sua mulher Joaquina Fonseca; testemunharam Joaquim José e Félix António…
Rio Bom: 21-05-1810: João, filho de Diogo Luís. “Em os vinte hum dia
do mês de Maio de mil outo centos e des por os santos óleos João a que foi
batisado em casa no primeiro dia do seu nascimento que foi no dia catorze do
dito mês e he filho de Diogo Luís e de sua mulher Josefa Leonor do Rio Bom
desta freguesia; nepto paterno de Manoel dos Santos e de sua mulher Luísa Benta
do lugar e freguesia de Sebadelhe; nepto materno de Francisco Rois e de sua
mulher Antónia Lopes do lugar de Arcas desta freguesia forão testemunha
Venancio José e João da Silva do dito Rio Bom desta freguesia do Souto….”
Rio Bom: 17-02-1811: Anna, filha de António Francisco. “Em os
desassete dias do mês de Fevereiro de mil outo centos e onze batisei
solenemente a Anna no oitavo dia do seo nascimento he filha de António
Francisco e de sua mulher Maria Bernarda do lugar do Rio Bom desta freguesia do
Souto; nepta paterna de Felis Francisco e de sua molher Maria da Fonseca do
dito lugar; nepta materna de José António e de sua molher Theresa Maria do
lugar e freguesia de Penela forão padrinhos Venancio José e sua molher Mariana
Pereira do dito lugar e testemunhas Manoel António e seo filho Sebastiam
António, desta villa…”
Rio Bom: 10-02-1816: baptizou-se Maria de Jesus, filha de Félix Manoel
e de sua mulher Luísa Maria; neta paterno de José Francisco e de Maria da
Fonseca, ambos da quinta de Arcas; neta materna de António Ribeiro e de
Angelica Maria. Foram padrinhos Diogo Machado e Maria, de Arcas.
Rio Bom: 26-02-1816: baptizou-se Ana, filha de José Rodrigues e de Ana
Luísa; neta paterna de José Rodrigues e de Laureana Maria; neta materna de
Agostinho de Basto e de Luísa Teresa. Foram padrinhos José Ramos e Antónia
Francisca, ambos de Ourozinho.
Rio Bom: 01-07-1816: baptizou-se Manoel, filho de Manoel José
Rodrigues, da Ponte da Veiga, e de Antónia das Neves, do Rio Bom; neto paterno
de José António Rodrigues e de Joana Maria, da Ponte da Veiga; neto materno de
António Ribeiro…
Rio Bom: 08-07-1816, baptizou-se Clementina, filha de Manuel Ramos e
de Ana Rodrigues, do Rio Bom, neta paterna de José Francisco e de Maria da
Fonseca, naturais do Rio Bom, neta materna de José Gomes, dos Mozinhos e de Ana
Rosa, de Arcas; foram padrinhos Ignácio Costa.
Rio Bom: 22-05-1817, baptizou-se Joana, filha de António Francisco e
de sua mulher Maria Bernarda, esta de Penela e aquele do Rio Bom, neta paterna
de Félix Francisco e de Maria da Fonseca, neta materna de José António e de
Teresa Maria, naturais de Penela; foram padrinhos Francisco Nogueira e Joana
Maria, de Penedono.
Rio Bom:
25-03-1868 (Reg.06) “Aos vinte e cinco dias do mez de Março do anno de mil oito
centos e seSenta e oito nesta parochial igreja do Souto, concelho de Penedono,
diocese de Lamego, eu Joze Lopes Abbade da mesma baptizei solenemente a um
individo do sexo mascolino, a quem dei o nome de Manoel d´Assumpção, que nasceo
nesta freguesia as sete horas da tarde do dia oito do dito mez e anno supera,
filho legítimo de [terceiro do nome] António Joaquim Rodrigues, e de Balbina
Jorge, moleiros, naturais, recebidos e parochianos em esta freguesia; neto
paterno de José Rodrigues e de Anna Luiza; materno de Félix Manoel e de Luiza
Maria. Foram padrinhos Francisco António de Sobral e Maria das Candeias,
proprietários. E para constar mandei lavrar em duplicado este aSento, que
depois de lido e conferido perante os padrinhos, comigo aSignou tão somente o
padrinho e não aSignou a madrinha por não saber escrever. Era ut supera. Padrinho, Francisco António de Sobral, Abbade
José Lopes
Rio Bom:
25-08-1904(Reg.32). Baptizaram Fernando Augusto Grelo, filho de João Manuel
Grelo e de Maria do Carmo Marques, moleiros. “Aos vinte e cinco dias do mez
d´Agosto do anno mil novecentos e quatro n´esta igreja parochial do Souto,
concelho de Penedono, diocese de Lamego, baptizei solenemente um indivíduo do
sexo masculino a quem dei o nome de Fernando Augusto e que nasceu n´esta
freguesia no logar do Rio Bom às quatro horas da manhã do dia dois do mez e
anno supra, filho ligítimo, primeiro do nome, de João Manuel e Maria do Carmo
Marques, casados, moleiros, moradores no referido logar, naturaes e parchianos
d´esta freguesia; nepto paterno de António Bernardo e Maria do Nascimento e
materno de francisco António Marques e Urbana de Jesus. Foram padrinhos, que
sei serem os próprios, Francisco Manuel Aguiar e Teresa de Jesus Costa,
casados, moradores nos Mozinhos d´esta freguesia. E para constar lavrei em
duplicado este assento que depois de lido e conferido perante os padrinhos, só
elle comigo assigna por ella não saber escrever, não colhi no duplicado sello por
serem pobres, digo, os pais elle desta freguesia, ella de Custoias. Era ut
supra. O Padrinho Francisco Manuel Aguiar; o
Parocho Joaquim
Manuel Saraiva Guerra”
Rio
Bom: 21-11-1876 – “Aos vinte e um dias do mês de Novembro, do anno de mil
oitocentos e setenta e seis, no Rio Bom, do logar d´esta freguesia de S. Pedro
do Souto, concelho de Penedono, bispado de Lamego, se depositou o cadáver d´um
individuo do sexo masculino, por nome José Augusto, o qual faleceu pelas duas
horas da tarde sem sacramentos, por aparecer morto em razão d´um desastre em
terreno da freguesia da Póvoa, concelho e bispado supra citados, natural e
morador n´esta minha freguesia, moleiro, de vinte anos d´idade, pouco mais ou
menos; filho legítimo d´António Grelo e Maria do Nascimento, naturais d´esta
freguesia e ella da mencionada freguesia da Póvoa, moradores n´esta freguesia,
moleiros, o qual era solteiro e foi sepultado dentro da igreja parochial. E
para constar lavrei em duplicado este assento que assigno. Era ect. Supra. Abb.
Luís Clemente de sequeira.”
Rio Torto: 11-05-1839, ao
oitavo dia do seu nascimento, baptizou-se Gertrudes, filha de Francisco António
e de sua mulher (omitido o nome no registo), do Rio Torto; de avós paternos incógnitos; neta
materna de Manuel João Mendes, de À do Bispo, e de Joana Maria, de Penedono;
foram padrinhos José Joaquim e Maria da Assunção; testemunharam José Joaquim e
Bernardino Plácido
Rio
Torto: 12-12-1847, baptizou-se Francisco, filho de Manuel Tavares e de
Escolástica Maria, aquele de Cedovim, esta do Terrenho, residentes na freguesia
do Souto (Rio Torto); neto paterno de Sebastião Tavares e de Ana Chancoa, de
Cedovim; neto materno de Manuel António da Silva e de Teresa de Jesus, do
Terrenho; foram padrinhos João António Manso e Maria Joaquina, de Ranhados;
testemunharam Apolinário José Vieira, de Ranhados, e Manuel António Sobral, da
Risca; assina o “coadjuntor” José de Figueiredo.
Rio
Torto: 18-08-1851, baptizou-se Maria, filha de José de Santa Rita e de Ana de
Jesus, aquele da Fiarresga, esta de Penedono; neta paterna de Luís Manuel e de
Maria Joaquina; neta materna de Maria Efigénia, solteira, da Fiarresga; foram
padrinhos Francisco António e a sua mulher, ambos de Ranhados; testemunharam
Manuel António Vasconcelos e João António Fernandes, do Souto.
Rio
Torto: 07-11-1854, baptizou-se José Maria, filho de Manuel Tavares, de Cedovim,
e de Escolástica Maria, do Terrenho; neto paterno de Sebastião Tavares e de Ana
Chancoa, de Cedovim; neto materno de Manuel António da Silva e de Teresa de
Jesus, do Terrenho; foram padrinhos José Maria Peralta, solteiro, e Ana
Joaquina, solteira, ambos de Cedovim; testemunharam Joaquim de Almeida Proença
e José Santa Maria Fernandes, do Souto.
Rio
Torto: 27-07-1868 (Reg 19) “Aos vinte e sete dias do mez de Julho do anno de
mil oito centos e sessenta e oito, nesta igreja parochial do Souto, concelho de
Penedono, Diocese de Lamego. Eu José Lopes, Abbade da mesma freguesia pus
solenemente os Santos Óleos a um indivíduo do sexo mascolino, por nome Manoel
de Jesus que naceu nesta freguesia no dia quatro do mez de Março por sete oras
da manham, foi baptizado em casa por verem perigo de vida, por Anna dos santos
Costa, viúva do Rio Torto, filho natural de [primeiro do nome] Roza Joaquina,
solteira, natural desta freguesia, moradora no Rio Torto, da mesma freguesia,
nepto materno de Manoel José da Fonseca, e de Anna Sam José os quais todos vi
serem os próprios. E para constar mandei lavrar em duplicado o presente
assento, que asigno. Era ut supera. Abb. José Lopes”.
Rio Torto:
08-08-1891(Reg.26). Baptizaram [4]Deolinda
da Assunção, filha de Manuel Cabral e de Rosa Joaquina. “Aos oito dias do mez
d´Agosto do anno mil oito centos e noventa e um n´esta Egreja parochial de São
Pedro do Souto, diocese de Lamego baptizei solenemente um indivíduo do sexo
feminino, a quem dei o nome de Diolinda d´Assumpção que nasceu n´esta freguesia
no dia sete do mez de Maio do anno supra, filha ligítima de Manuel Cabral e
Maria Rosa, digo, Rosa Joaquina, moleiros, residentes no Rio Torto, casados,
naturaes e parochianos n´esta freguesia, nepta paterna de Manuel António Cabral
e Ana Candida, pastores, casados, naturaes e moradores parochianos, materna de
Manuel José da Fonseca e Anna de Jesus, elle natural de Ranhados, ella de
Ourozinho, casados, jornaleiros, moradores e parochianos n´esta freguesia.
Foram padrinhos que sei serem os próprios José Maria Ferreira, elle de
Penedono, ella de Ranhados, moleiros, residentes no Rio Torto, moradores e
parochianos n´esta freguesia. E para constar lavrei em duplicado este assento
que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos só eu assigno por elles
não saberem escrever. Era ut supra. O parocho Joaquim Manuel Saraiva Guerra”.
Rio
Torto: 28-11-1880, pelas 2 horas da tarde (14h), numa casa do Rio Torto, limite
da freguesia, faleceu António do Nascimento, tomamdo o sacramento da
extrema-unção, casado com Maria da Luz, jornaleiro, de “quarenta e tantos
anos”, filho de Francisco do Nascimento e de Helena Maria, naturais das Antas;
deixou filhos, não fez testamento e foi sepultado dentro da igreja.
Rio
Torto: 24-01-1881, pelas 7 horas da tarde (19h), “numa casa de moinhos sito no
lugar do Rio Torto, limite desta freguesia de Sâo Pedro do Souto, faleceu um
indivíduo do sexo masculino que nome não tinha por não ter sido baptizado
solenemente, de desassete dias de idade”, filho de Francisco António Peralta e
de Rita de Jesus, moleiros.